Novo laudo reafirma que Marcondes disse 'paca véa' a segurança do Palmeiras
Delegado havia pedido um laudo complementar ao Instituto de Criminalística de São Paulo após a primeira perícia apontar que Fábio Marcondes não chamou o segurança de "macaco velho"

Um laudo complementar elaborado pelo Instituto de Criminalística de São Paulo reafirmou o parecer anterior sobre a discussão entre o vice-prefeito de Rio Preto, Fábio Marcondes (PL) — que também é secretário de Obras — e um segurança do Palmeiras, ocorrida em fevereiro deste ano. O segurança Adilson Antonio de Oliveira, registrou boletim de ocorrência após a partida entre Mirassol e Palmeiras, alegando que Marcondes o teria chamado de “macaco velho” durante confusão após o jogo do Campeonato Paulista, em Mirassol.
A primeira perícia no vídeo da discussão, registrado por uma equipe da TV Tem, concluiu que o vice-prefeito teria chamado o segurança de "paca véa", o que foi reafirmado no segundo laudo.
Perícia
O inquérito que apura possível injúria racial é conduzido pela Delegacia Seccional de Rio Preto. O primeiro laudo da perícia, apresentado no início de maio, apontou que o termo “fonético proferido pelo indivíduo (Marcondes), no instante 03min27s, foi compreendido, por este exame, como ‘{Paca, véa!} Lixo! {Véa!}’, e não como ‘Macaco velho, lixo velho!’”. O documento foi assinado pela perita Tatiana de Souza Machado, que também assinou a nova perícia complementar.
No novo laudo, a perita aponta que foi realizada análise fonética do áudio do que foi dito por Marcondes. O relatório, de 36 páginas, tem análises detalhadas com gráficos sobre as falas. Um dos apontamentos cita que não é possível identificar o que seria a sílaba "ma". "Com base nos parâmetros acústicos analisados e na comparação intrafalante, não se sustenta a hipótese de que a palavra proferida pelo locutor, apontado como de interesse para esta análise, seja 'macaco', uma vez que não há registro da sílaba inicial [ma], tampouco da desinência final masculina, como se alega", consta no documento.
Perícia particular
A defesa do Palmeiras contestou o laudo e protocolou, em 20 de maio, uma perícia contratada pelo clube, que atesta que Marcondes teria dito “macaco velho” durante a discussão.
O delegado responsável pelo caso, Renato Camacho, requisitou o laudo complementar ao Instituto de Criminalística em 16 de maio. Ele irá analisar o documento para definir os próximos passos da investigação.
Depoimento
Em depoimento à polícia, Marcondes negou ter usado qualquer expressão de cunho racial e afirmou que os xingamentos foram direcionados à equipe do Palmeiras, e não especificamente ao segurança.
'Não surpreende'
O advogado do segurança do Palmeiras, Euro Filho, afirmou que o resultado do novo laudo 'não surpreende". "A partir do Instante em que a perícia complementar foi solicitada à mesma perita que se manifestara anteriormente, o resultado não me surpreende".
Já o advogado de Marcondes, Edlênio Xavier Barreto encaminhou nota à reportagem na qual afirma que "ainda não teve acesso oficial ao referido documento."
"Independentemente do conteúdo que vem sendo veiculado publicamente, a defesa, mantendo a coerência e o respeito ao devido processo legal, informa que se manifestará de forma formal, técnica e detalhada nos autos, no momento oportuno. Por fim, reitera-se que Fábio Marcondes já prestou seus esclarecimentos às autoridades competentes, apresentou sua versão dos fatos e negou, de forma categórica, a utilização de qualquer expressão de cunho racial dirigida ao segurança da delegação da equipe do Palmeiras."